Poema | Soneto de Separação - Vinicius de Moraes

O poema de hoje é um dos meus favoritos da vida e foi escolhido por uma amiga que também o declamou pra vocês. Ele foi escolhido dentre muitos de uma antologia poética de Vinicius de MOraes que anda rondando a gente pelo blog desde o início. Junto dele, a querida Amanda declamando-o com todo coração.
Espero que gostem e que ele fale ao peito de vocês!





Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto 

Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 

De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 

De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 

Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente.

Oceano Atlântico, a bordo do Highland Patriot, a caminho da Inglaterra, setembro de 1938


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