Resenha | Quarto de Despejo, diário de uma favelada - Carolina Maria de Jesus
Olá, meus amores leitores!!
A obra a ser resenhada hoje é muito especial pra mim! Vamos falar de Carolina Maria de Jesus, literatura afro-brasileira da melhor qualidade!
Pra quem ainda não sabe, eu faço faculdade de Letras Vernáculas e Clássicas e trabalho com pesquisa a respeito da literatura afro. O projeto de que eu participo trata da lei 10.639 que torna obrigatório o ensino da cultura e da história afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas ou particulares, do ensino fundamental ao médio. Um dos objetivos do nosso trabalho é criar recursos para que os professores não habituados com esse tema, grande massa no ensino, possam ter material e conhecimento para trabalhar com essa literatura em sala de aula.
Pra isso, a gente precisa ler muito e conhecer muito das teorias e das obras literárias negras do nosso acervo nacional. E foi assim que eu conheci essa autora maravilhosa e o livro que a gente vai bater um papo hoje: Quarto de Despejo, diário de uma favelada.
Temos uma obra de não-ficção, que conta a história da própria autora de 1955 até 1959. Carolina mora na favela do Canindé, às margens do rio Tietê em São Paulo, com seus filhos e vivem em um barraco de madeira típico de favelas e da pobreza que se estabelece por lá. Uma mulher, catadora de lixo, que ama ler e que escreve margeando os livros por ela encontrados nas lixeiras da cidade. A leitura pra ela, como pra muitos de nós, era uma forma de escape da vida, uma fuga pra outros lugares que talvez jamais possamos realmente conhecer.
Nesse diário, que eu demorei semanas pra conseguir terminar, devido ao ser teor carregado de sentimentos e de uma realidade bastante significativa, vamos encontrar uma descrição diária e bastante detalhada da moradora de favela que precisa buscar água em latas, que passa fome, que não dorme pela dor da fome, que sonha em poder dar aos filhos uma mesa farta, que escreve, que lê, que sofre, que pensa em tirar a própria vida, mas que luta e trabalha dia após dia porque tem um sonho. Uma mulher que sonha escrever um livro e ter sua história publicada e encadernada como os livros que ela encontra sendo descartados por quem não sabe dar-lhes o devido valor.
Carolina Maria foi descoberta por um jornalista que se deparou com a força da voz dessa afro-brasileira que tinha muito o que dizer e muito o que contar. A visão de dentro da favela e de suas histórias, contadas através das reflexões de uma personagem única e muito peculiar. Toda a escrita de Carolina foi mantida pelo jornalista pra que se mantivesse também sua carga semântica, ou seja, os problemas gramaticais, de coesão e de normas cultas foram ignorados para que a fala da autora tivesse prioridade e que sua significação fosse preservada.
É um livro intenso e cheio de uma realidade que muitos de nós, lendo debaixo dos nossos cobertores, jamais saberemos. Por isso mesmo vocês precisam ler!
Espero a opinião de vocês e até a próxima resenha!
Bezo
A obra a ser resenhada hoje é muito especial pra mim! Vamos falar de Carolina Maria de Jesus, literatura afro-brasileira da melhor qualidade!
Pra quem ainda não sabe, eu faço faculdade de Letras Vernáculas e Clássicas e trabalho com pesquisa a respeito da literatura afro. O projeto de que eu participo trata da lei 10.639 que torna obrigatório o ensino da cultura e da história afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas ou particulares, do ensino fundamental ao médio. Um dos objetivos do nosso trabalho é criar recursos para que os professores não habituados com esse tema, grande massa no ensino, possam ter material e conhecimento para trabalhar com essa literatura em sala de aula.
Pra isso, a gente precisa ler muito e conhecer muito das teorias e das obras literárias negras do nosso acervo nacional. E foi assim que eu conheci essa autora maravilhosa e o livro que a gente vai bater um papo hoje: Quarto de Despejo, diário de uma favelada.
Temos uma obra de não-ficção, que conta a história da própria autora de 1955 até 1959. Carolina mora na favela do Canindé, às margens do rio Tietê em São Paulo, com seus filhos e vivem em um barraco de madeira típico de favelas e da pobreza que se estabelece por lá. Uma mulher, catadora de lixo, que ama ler e que escreve margeando os livros por ela encontrados nas lixeiras da cidade. A leitura pra ela, como pra muitos de nós, era uma forma de escape da vida, uma fuga pra outros lugares que talvez jamais possamos realmente conhecer.
"Quando cheguei em casa era 22,30. Liguei o rádio. Tomei banho. Esquentei comida. Li um pouco. Não sei dormir sem ler. Gosto de manusear o livro. O livro é a melhor invenção do homem." (p. 22)
Nesse diário, que eu demorei semanas pra conseguir terminar, devido ao ser teor carregado de sentimentos e de uma realidade bastante significativa, vamos encontrar uma descrição diária e bastante detalhada da moradora de favela que precisa buscar água em latas, que passa fome, que não dorme pela dor da fome, que sonha em poder dar aos filhos uma mesa farta, que escreve, que lê, que sofre, que pensa em tirar a própria vida, mas que luta e trabalha dia após dia porque tem um sonho. Uma mulher que sonha escrever um livro e ter sua história publicada e encadernada como os livros que ela encontra sendo descartados por quem não sabe dar-lhes o devido valor.
Carolina Maria foi descoberta por um jornalista que se deparou com a força da voz dessa afro-brasileira que tinha muito o que dizer e muito o que contar. A visão de dentro da favela e de suas histórias, contadas através das reflexões de uma personagem única e muito peculiar. Toda a escrita de Carolina foi mantida pelo jornalista pra que se mantivesse também sua carga semântica, ou seja, os problemas gramaticais, de coesão e de normas cultas foram ignorados para que a fala da autora tivesse prioridade e que sua significação fosse preservada.
É um livro intenso e cheio de uma realidade que muitos de nós, lendo debaixo dos nossos cobertores, jamais saberemos. Por isso mesmo vocês precisam ler!
Espero a opinião de vocês e até a próxima resenha!
Bezo
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