Resenha | Suicidas - Raphael Montes

Olá, meus amores leitores!!
Como estão?

Vamos continuar lendo obras brasucas? Estou numa fase bem brasileirinha e lendo muita coisa nacional, portanto hoje eu trago uma obra magnífica que dá início a 4 outras obras desse autor que eu amo: Raphael Montes. Suicidas é a primeira obra dele, que também publicou O Vilarejo (livro de contos), Dias Perfeitos e Jantar Secreto (não pesquisei a ordem das publicações, mas eu li nessa).
A primeira leitura que fiz do Raphael já me fez identificar o quão grande esse menino é como escritor. Como é maravilhoso encontrar uma construção como a dele, envolvente e vibrante, na literatura brasileira contemporânea.

Os Suicidas é um livro narrado um ano após a morte de 9 adolescentes que decidem cometer um suicídio coletivo. O que nós sabemos é que a polícia reúne as mães desses adolescentes na delegacia, pois foi encontrada uma nova prova: um diário que conta o trajeto deles até a morte, em tempo real. O narrador é um desses adolescentes, cujo sonho é ser escritor e ele vê nessa aventura uma oportunidade de escrever sua grande história e entrar para os marcos da literatura, mesmo que seja após a sua morte.
Durante essa reunião, muitos segredos e verdades aparecem. Esses jovens vão para a casa de campo de um deles e levam um revolver e nove munições pra que brinquem de roleta russa. Se trancam no porão da casa e lá acontecem as coisas mais inusitadas e assustadoras possível! Durante todo o percurso, fazemos parte do enredo através dos olhos de Alessandro, que é uma personagem incrível e cheia de dramas pessoais que nos fazem sofrer e vivenciar tudo com muita intensidade.
Conforme a história principal se desenrola, pois acontecem alguns tempos narrativos no decorrer da nossa leitura - a reunião das mães, o diário do adolescente sendo lido e a história dos suicídios - nós ficamos sabendo das individualidades de cada participante e os motivos pelos quais eles decidiram chegar até naquele momento. A princípio, a impressão que se tem é de que são todos jovens de classe média alta sem motivos que justifiquem tal decisão, então descobrimos vidas machucadas por abusos, abandono e todo tipo de trauma. Um deles, inclusive, está ali por causa de uma das meninas do grupo por quem é apaixonado. Pra vocês terem uma pequena ideia, vou soltar um spoilerzinho de leve, só pra contar que esse rapaz apaixonado aproveita que sua musa não deu sorte na roleta russa e acaba praticando necrofilia pra não perder a sua última chance de contato com quem o ignorou e repudiou seu amor.
Alessandro, que é quem escreve o diário e, portanto, nossos olhos pela narrativa, foi uma escolha bem poderosa do autor, pois acabamos por julgar e compartilhar com ele sua opinião sobre cada um que está a sua volta. Não conseguimos ser imparciais durante a leitura e nos envolvemos emocionalmente com cada acontecimento. A escolha das palavras de Montes mostra a maturidade como escritor que ele tem, mesmo sendo apenas um jovem de menos de 30 anos.
É um livro incrível, um romance visceral, cheio de muita emoção e adrenalina e, com todo livro do Raphael, seu desfecho é incrivelmente inesperado. Recomendo que vocês busquem esse autor e tenham o prazer de conhecê-lo, pois garanto que não haverá arrependimento!

Espero que vocês o leiam e, assim como eu, morram de amores, porque ele merece cada gotinha de suor e lágrima que eu derramei enquanto lia. Sensacional!

Beijos, meus amores, até a próxima!

Comentários

  1. Ele é incrível. A ordem é Suicidas, Dias Perfeitos, O Vilarejo e Jantar secreto. Ele ainda está em uma coletânea de contos. Esse livro yet um final surpreendente. É realmente a escrita é perfeita, trama bem amarrada,e viciante.

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