Edificação | Empoderamento Feminino


Vejo muitas mensagens incentivando o empoderamento feminino. Me questiono se as pessoas que compartilham, e aquelas que leem e se identificam, param pra pensar no que está sendo dito ali em uma palavra criada tão cheia de significados. Segundo as definições que encontramos no verbo empoderar, ele refere-se ao ato de dar ou conceder poder, seja para si próprio ou para outra pessoa. Então, empoderar é a ação de atribuir domínio ou poder sobre determinada situação, condição ou característica (definição encontrada na internet, pois não é uma palavra que ocupa lugar nos dicionários).

No entanto, penso que as mulheres precisam, antes de tudo, questionarem-se a respeito de quem são para depois empoderarem-se. Como é possível haver um destaque de poder em alguma área de mim que não é minha, mas sim a representação que eu tenho do outro e, logo, o faço refletir naquilo que eu quero que esse outro veja em mim? Encontrar o lugar de força que há em nós implica em autoconhecimento, autoavaliação e autocrítica persistente, pois empoderar em si uma imagem que não constitui efetivamente aquela a quem você é, só faz com que tudo a seu redor seja um espelhamento social e não uma imagem real. O que tem acontecido é que o ato de empoderar só tem dito respeito a dar poder ao outro: poder de nos conduzir, poder de nos dominar, poder de definir o modo como tomamos decisões e de nos ditar as regras de nossos próprios pensamentos. E isso tudo através de uma tela ao alcance de nossas mãos, na qual só vemos aquilo que as pessoas querem mostrar e só mostramos o que queremos que elas acreditem a nosso respeito. Estamos dando de fato poder às pessoas de nos dizer quem devemos ser para que façamos parte do mundo delas, em detrimento do nosso. O preço que se paga, então, é a morte de alma. Creio que ainda falta nessas mulheres saber quem realmente são.

Será que aquela mulher crendo ser empoderada é capaz de se olhar no espelho e enxergar, no profundo do seu íntimo, suas qualidade e tudo aquilo que ela tem de bom e de amor pra oferecer? Mais importante ainda, será que essa mulher já se olhou no espelho, não no reflexo das redes sociais, e se questionou o que nela há de frágil para que precise de poder, atenção, cuidado e respeito? Será que você já se perguntou o motivo pelo qual o silêncio te incomoda tanto? O motivo de sua companhia em momentos de solitude te fazer sentir tanta solidão? Muitas vezes, empoderar-se é dar a si mesma uma chance de se conhecer e saber qual o seu lugar de posicionamento, qual sua real opinião. É entender o motivo da sua dor! Empoderar-se é poder discordar de ideologias que você não concorda, de um feminismo doente que vem causando guerra e dor entre homens e mulheres. É ter coragem pra corrigir aquilo que te dói em você pra depois olhar pro defeito do outro, caso tuas próprias falhas não te ensinem a não julgar o peso que o outro carrega. Empoderamento é buscar construir em si mesma suas próprias opiniões, seus próprios sentimentos e tudo aquilo que te ajuda a ser uma pessoa melhor pra si e pros outros.

Mas o que se vende de empoderar-se é outra coisa! O que se vende vem destruindo mulheres dando a elas falsas ideias de poder quando o que elas realmente precisam é se amar e se respeitar a ponto de não aceitar violência física e psicológica. E essa violência vem sendo praticada por homens contra mulheres e por mulheres contra elas mesmas. Pra conhecermos quem somos precisamos saber quem somos pelos olhos de Cristo. Quem Jesus diz que você é? Quem Deus te criou pra ser? Quando sabemos isso, e não é fácil nem rápido descobrir, encontramos a paz que excede todo entendimento.
Precisamos encontrar a representatividade feminina nas Escrituras. Evidenciar o tratamento do Senhor para com as mulheres em detrimento das ideologias feministas radicais e sociais que são construídas em torno da mulher nesse século. Mostrar a sabedoria feminina muito maior em tempos patriarcais e a ignorância em tempos de liberalismo, quando deveríamos saber muito mais hoje como lidar com os mesmos problemas do passado e sairmos vitoriosas. Creio que a Bíblia vem para desconstruir esses paradigmas e mostrar, através do estudo de seus livros, que as mulheres têm muito mais valor estando em Cristo do que encontrando nesses movimentos políticos uma justificação para saciar suas necessidades de cunho tanto sexual quanto contra a masculinidade. Nós não precisamos empunhar espadas, nós temos a mente de Cristo e o Espírito Santo de Deus habitando em nós.

Creio também que essa ferida que as mulheres estão abrindo nos homens, as mesmas que já fizeram em nós e nos colocaram em um lugar de sofrimento paralisante, ferem princípios bíblicos básicos para nossa sociedade estar saudável e nossas famílias fundamentadas no amor e no cuidado do outro. É a destruição do outro em busca do que está fora de nós e não em Cristo. Não podemos fazer com os homens o que lutamos tanto pra nos libertar, precisamos dar a eles o respeito e a dignidade que buscamos e merecemos. Pra ilustração, uso aqui uma oração feita por Francisco de Assis, um homem que respeitava com júbilo toda a criação:

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna.”

Olhemos para as mulheres da Bíblia e pro cuidado de Deus e de Jesus com elas. Busquemos significação e efeitos de sentido nessas mulheres, de Eva a Jezabel, de Ester a mulher samaritana. Nós somos todas elas e nosso lugar é debaixo da Graça do Senhor!

 

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