Resenha | Educação e libertação: a perspectiva das mulheres negras. - Angela Davis

Um ensaio muito interessante sobre a educação como forma de resistência. Em época de Apartheid, quando negros eram proibidos de ocupar espaços em que haviam brancos, como ônibus, banheiros, bancos de praça e calçadas, Angela Davis fala como a busca pela educação mudou a realidade dos escravizados. Junto dessa necessidade de aprender, vieram mulheres corajosas que desafiaram as leis, correram riscos de apedrejamento e morte e diziam que se o negro tivesse acesso a cultura seria o fim da escravidão. A escola era um lugar de luta e de busca pela vida comum ao mesmo tempo em que professoras brancas e negras travavam batalhas pessoais contra uma constituição que dizia que "ensinar escravos a ler e a escrever tende a incutir a insatisfação em suas mentes e a produzir insurreição e rebeldia". Uma escrita forte que faz-nos, mulheres, refletir sobre o termo sororidade, que foi fundamental pra o fim do analfabetismo negro e que hoje trata apenas de um "ninguém larga a mão de ninguém" até que os interesses pessoais sejam feridos, então cada um que se vire com o seu.
A força de mulheres que decidiram mudar a história de sua geração, ensinando seus filhos em senzalas, escondidas na madrugada à luz de um lampião, e que reflete até hoje na luta pelo ensino de qualidade e que respeite raças, cores, credos e origens.
Uma leitura curta, de cerca de meia hora, e que nos leva a uma obra maior chamada Mulheres, Raça e Classe, da mesma autora, que eu já quero ler! :)

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●Educação e libertação: a perspectiva das mulheres negras.●

Descrição:
Extraído da obra Mulheres, raça e classe, Angela Davis trata do tema da educação e de seu potencial libertador, a partir da perspectiva das mulheres negras. Mulheres, raça e classe é a mais importante obra de Angela Davis, onde a filósofa e ativista traça um poderoso panorama histórico e crítico das imbricações entre a luta anticapitalista, a luta feminista, a luta antirracista e a luta antiescravagista, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher. O livro é considerado um clássico sobre a interseccionalidade de gênero, raça e classe.

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