Resenha | História da Sexualidade: a vontade de saber (Vol. 1)

Certamente a leitura mais densa e demorada desse ano. Meu primeiro contato direto com o Foucault, para além da Análise do Discurso explorada na graduação, trouxe gratas surpresas. Um filósofo extremamente consistente, que analisa as relações de poder através dos dispositivos que ele vai chamar de dispositivos da aliança e da sexualidade. Dentre outras coisas, Foucault vai discutir os conjuntos de tecnologias do poder que se sobrepõem, o controle e a medicalização do corpo da mulher e da criança e as práticas tidas como anormais. Ele vai dizer que o problema da sexualidade não é a repressão que se impõe sobre ela, mas sim a quantidade de normas e discursos competindo pela descrição de como ela deveria ser. Embora o nome História da Sexualidade nos leve a pensar em práticas sexuais, seu objeto de investigação é a História dos Discursos, ou seja, através dos discursos, a condição humana vem sendo instrumentalizada muito antes da repressão do capitalismo.
Não é uma leitura fácil, fluida, mas se você quer estudar filosofia boa, recomendo que você passe por Michael Foucault.

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•História da Sexualidade: a vontade de saber•

Descrição:
Ao longo dos anos 1970, Michel Foucault dedicou seu trabalho no Collège de France à análise do lugar da sexualidade na sociedade ocidental. Sua reflexão encontrou no sexo e na sexualidade a causa de todos os acontecimentos da vida social. O filósofo empreendeu uma pesquisa histórica, estabelecendo uma antropologia e uma análise dos discursos acerca desse tema tão fundamental para a condição humana. A vontade de saber mostra que a sexualidade não foi reprimida com o capitalismo, depois de ter vivido em liberdade. Sua hipótese é que, desde o século XVI ― processo que se intensifica a partir do século XIX ―, o sexo foi incitado a se manifestar por uma vontade de saber sobre a sexualidade,que é peça das estratégias de controle dos indivíduos e das populações características das sociedades modernas.
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Sobre o autor:
Michel Foucault (1926-1984) foi um filosofo francês, que exerceu grande influência sobre os intelectuais contemporâneos. Ficou conhecido por suas posição contrária ao sistema prisional tradicional.