Edificação | Eu não quero estar certa, quero ser bíblica!

Eu não quero estar certa, quero ser bíblica!

A tendência da humanidade é sempre procurar ter razão. Não importa a que preço, ela insiste em ter sempre a certeza de vencer uma discussão, de ganhar uma briga, de sair por cima.

Somos incentivados a isso, afinal, o que é buscar a felicidade a todo custo se não passar por cima de quem quer que seja para alcançar meus objetivos e minhas ambições?

O problema disso está na futilidade das certezas que se afastam da verdade pelo prazer de uma autoafirmação, que geralmente está baseada nas emoções, nos sentimentos e, principalmente, nas frustrações. Nós já não sabemos mais lidar com feridas sendo tratadas com o Merthiolate que arde. E não falo isso romantizando a dor, pelo contrário, o sofrimento não é nada romântico, mas sem ele não há santificação e sem santidade ninguém verá a Deus (Hb 12.14).

Repetimos jargões populares a respeito do que é viver, como se a simples repetição pudesse construir pela linguagem uma realidade ideal. Coisas como “a felicidade é o caminho” geram em nós uma tentadora expectativa sorridente de uma vida sem traumas, sem dificuldades e que foge do sofrimento como o ímpio foge de Cristo.

Prefiro ficar com Carlos Drummond de Andrade, que pelo menos reconhece que a felicidade não tem um motivo, mas uma existência: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”, diz o peta. A certeza de existir em Cristo é ser feliz sem um motivo palpável, mas esperançoso, feliz com a fé naquilo que não se pode ver, na certeza de que haveremos de receber o que esperamos, e provaremos daquilo que não podemos ver (Hb 11.1). E só pode ser feliz sem um motivo visível aos olhos, aquele que tem por alvo a felicidade prometida pela cruz e pela ressurreição do Senhor Jesus.

No auge do seu sofrimento, causado por uma consciência adúltera, Davi ora ao Senhor pedindo restauração da única alegria possível: “Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.” - Sl 51.12

Adúltero e assassino, Davi podia ter dito: “Foi ela que me seduziu, a mulher que tu criaste”, afinal de contas, não seria ele o primeiro a fazer essa afirmação (Gn 3.12). Mas o rei de Israel não queria estar certo, ele queria estar em obediência, em conformidade com a Palavra de Deus.

Quem dera tivéssemos nós também sempre essa rapidez em nos arrepender e correr aos braços do único capaz de nos dar a verdadeira felicidade!

Quem dera eles tivessem sempre no coração esta disposição para temer-me e para obedecer a todos os meus mandamentos. Assim tudo iria bem com eles e com seus descendentes para sempre! - Dt 5629

Tenho visto um número absurdo de pessoas que negam a Bíblia, negam-se a conhecê-la! Negam que ela seja a totalidade de tudo o que Deus quer nos comunicar! Rejeitam que as Escritas sejam a própria voz de Deus entregue a nós de forma escrita para nos conduzir em nossa vida de fé.

O que vocês não pararam ainda para entender, e isso mostra o quão pouco de Deus vocês conhecem, é que o Pai nos afirma que Jesus é o Logos, ou seja, Ele é a Palavra que se fez carne e habitou no meio de nós. Então, assim como Jesus é a manifestação visível do Deus invisível, a Bíblia é a manifestação visível do Jesus que ascendeu aos céus.

A Palavra de Deus, infalível, nos ensina aquilo que devemos crer a respeito de Deus (fé) e o dever que Deus requer de nós para mantermos uma vida com Ele (prática). Sem o conhecimento real das Escrituras, a fé pode se transformar em superstição e, sua prática, em moralismo por conveniência, no qual a lei serve para todos, menos para você.

A Bíblia foi escrita para que nós pudéssemos crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, crendo, tenhamos vida em Seu nome (Jo 20.31). Por isso, se nós selecionarmos o que queremos crer nas Escrituras, então partiremos para a ideia de Deus mentir para nós, de que aquilo que Ele diz ser real é, na verdade, uma grande mentira e nossa fé será baseada em achismos frouxos. Se nós rejeitarmos a inerrância completa da Bíblia, estaremos fazendo da nossa mente, das nossas emoções e das nossas circunstâncias um padrão de verdade mais elevado que a própria Palavra de Deus.

Na prática, isso significa que nós determinaremos que conhecemos a verdade com mais exatidão do que o próprio Deus, pois se Ele nos manda confessar um adultério uns aos outros, como em Tiago 5.16, mas eu tenho medo ou achei justo o que eu fiz, então eu não confesso e sigo a vida porque quem manda nela sou eu. Se você quer declarar por aí que ama Jesus, deixa eu te repetir o que Ele mesmo te diz: Se alguém me ama, guardará a minha Palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada (Jo 14.23).

Se você acha que pode rejeitar a Palavra, ou seja, o próprio Logos, que é Cristo, saiba que antes Ele já o rejeitou e nem sabe quem você é!

Tiago nos faz um convite, com o qual pretendo terminar esse texto:

Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando vocês mesmos. - Tiago 1.22

Louvem ao Senhor, não só com suas bocas, mas seus corações!

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