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Poesia | Até aonde o ódio te levará?

  Em seus olhos o que se via era o vazio escuro da dor de quem não sabe aonde o amor está. Tristeza, ódio, rancor. Medo, angústia, ausência. Amargura, inveja, contenda. Vingança, maledicência, autocomiseração. As curvas que circundavam sua face eram rudes, como se ali não houvesse a possibilidade de um pequeno sorriso, como se nunca tivesse havido a possibilidade de um esboço de paz. Não havia dentes, nem brilho. Não se podia ver a luz ou a vida, nada além de gengivas e angústia. Cansaço. Um corpo vazio de Deus, mas cheio de si. Seco. Uma alma obscurecida da água da vida, isenta da brisa leve de uma nascente, mas refletida em mórbida e egoísta altivez. Sede diante do mar. Sua voz, quando pronunciada, era um sussurro, semelhante ao vento e a terra unidos em súbita comoção, sujando tudo, dentes e boca, sufocando aquele grito de horror. Sombria e medonha, andando sem direção como quem perece, se desfaz, mas firme, com seus ossos secos e pesados, depositando, pé ante pé, o fardo daquel...

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